Sintra e seus palácios

Sintra é uma vila que fica bem do ladinho de Lisboa e geralmente está incluída nos roteiros turísticos de quem vem pra cá, já que em poucos minutos, de trem, de carro ou de ônibus, se chega lá. Um dia de passeio em Sintra quase te faz pensar que você é da família real. Mas pra conhecer bem o lugar é necessário mais que um dia, dada a quantidade de parques, palácios e castelos que se pode visitar. Aí embaixo, uma listinha dos principais.

Castelo dos Mouros - Supõe-se que o castelo tenha sido construído em meados do século VIII pelos muçulmanos que ali moravam, tendo sua posse, juntamente com a posse de Sintra, sido alternada entre mouros e cristãos até o século XII. Mesmo após tanto tempo e destruição causada pelo terremoto de 1755, as muralhas que se vêem lá são ainda as originais. De lá de cima temos a vista de boa parte da região e do Atlântico, explicando o porquê do castelo ter sido tão disputado.

Palácio Nacional de Sintra -  Assim que se chega em Sintra, avista-se esse palácio e suas grandes chaminés em formato de cone. Desde sua construção, no século XII, já foi residência da família real e também utilizada como casa de verão, já que o clima em Sintra é bem mais fresquinho que em Lisboa. Com aquelas roupas que eles usavam, realmente devia ficar insuportável viver em Lisboa sem esse advento milagroso chamado ar condicionado.

Palácio de Monserrate - Construído por um inglês em 1858 para se tornar a residência de veraneio da família, é um típico exemplar do romantismo português e de como os ingleses adoram Portugal. O trabalho de paisagismo dos jardins que o rodeiam ficaram a cargo de um botânico e um pintor. Deve ser por isso que as fotos parecem mesmo quadros.

Palácio da Pena - Situado no ponto mais alto de Sintra, chama a atenção de qualquer um que passa por ali por causa do seu colorido. Foi construído no século XIX no lugar de um mosteiro que tinha sido muito afetado pelo terremoto de 1755. Com influências arquitetônicas mouriscas e manuelinas, o palácio é rodeado por um parque lindo acrescentando muito verde às suas cores.

Quinta da Regaleira - Você acha que é um adulto maduro até chegar nesse parque e perceber como pode se divertir tanto ao se perder em labirintos, andar por tuneis completamente escuros e atravessar laguinhos através de caminhos de pedras. A Quinta da Regaleira é um lugar incrível e dá pra passar um dia inteiro (ou mais) fazendo trilhas por lá. O parque e suas construções aliam a arquitetura renascentista, manuelina e gótica às ideias do seu antigo proprietário, um sonhador apaixonado por mitologia e esoterismo. Não sei onde mais seria possível encontrar uma torre cuja base fica abaixo do nível do chão e seu cume na superfície. Fotos não traduzem a experiência que é explorar esse lugar.

Ah, antes de ir embora de Sintra é imprescindível passar na Pastelaria Piriquita (Rua das Padarias, 1) e saborear a tradicional queijada ou o delicioso travesseiro. Ou os dois.

E como é que vai?

A pé - É minha forma preferida de me deslocar em qualquer lugar que eu vou. Aqui mais ainda. Porque, assim, eu consigo olhar a arquitetura bonita dessa cidade, entrar num beco que apareceu do nada e parar pra tomar um sorvete quando me dá na telha. O fato da cidade ser pequena também ajuda. E, além disso tudo, existem alguns lugares aqui em que é praticamente impossível chegar sem ser com os próprios pés. Eu tenho pra mim que só se conhece de verdade uma cidade quando se anda por ela. Mas tem que preparar as perninhas porque são muitas ladeiras pra subir! Ah, e quando você vir uma plaquinha escrita "passagem para peões" é com você mesmo, pedestre, que ela está falando.

Metrô (ou metro, assim sem acento) - Talvez porque não exista metrô na cidade em que eu morava. Talvez porque o metrô da cidade ao lado tenha linhas paralelas e pouco eficientes. Talvez porque as estações são quase todas lindas e temáticas e é sempre fresquinho lá embaixo. Talvez por tudo isso eu adore andar de metrô por aqui. O metrô vai até o aeroporto, o que também é bem legal pra quem tá chegando ou deixando a cidade, pois pode ser uma opção mais confortável que o ônibus (por conta das malas) e menos custosa que o taxi.

Ônibus (ou autocarro) - Quando a gente vai pra algum lugar onde o metrô não chega ou demoraria pra chegar, usamos o ônibus e pra isso consultamos o site da Carris. Lá tem todas as linhas e horários em que os ônibus passam, o que faz com que não esperemos quase nada no ponto (ou paragem). Mas, quando a gente não consulta a internet, chegamos no ponto e olhamos pra placa eletrônica que tem lá, onde constam os números dos ônibus que param ali e quanto tempo eles vão demorar pra chegar, sendo atualizada constantemente. Pra mim aquilo acontece por mágica. Mas Leandro me explicou que os ônibus devem ter aparelhinhos de GPS que fazem funcionar esse sistema.

Bonde (ou elétrico) - É o jeito mais lindo de chegar de um lugar a outro. Sem contar que ele é extremamente fotogênico. Quando estiver por aqui, repare. Quando o bonde passa, é um tal de todo mundo em volta sacar câmera, celular e afins. Um passeio no 28 é uma forma muito interessante de fazer um reconhecimento da cidade e ficar impressionado com a capacidade dele de passear em ruas estreitíssimas. Mas cuidado com sua carteira e com quem pode estar interessado nela enquanto você aprecia o cenário pela janela.

Tram - É a versão mais moderna e menos fofa do bonde. Super eficiente e não tem uma vez que eu entre nele e não me pergunte porque isso não existe em Niterói e no Rio. A resposta vem sempre em seguida, mas aqui a gente só vai falar de coisa boa.

Elevador - Com tanta ladeira alguém tinha que inventar algo que ajudasse. O formato é igualzinho ao do bonde e encontrar com algum deles é um grande alívio quando você olha aquele lugarzinho láááá em cima que você queria tanto ir. 

Taxi - Não é caro e, como as distâncias também não são muito grandes, acaba que, muitas vezes, vale muito a pena utilizá-lo, principalmente quando se está viajando em grupo ou com crianças, por conta da praticidade e maior aproveitamento do tempo.

Moto (ou mota. hahaha) - Não se vê muitas motos e scooters rodando pela cidade, mas é um ótimo meio pra deslocamentos de pequena distância dentro e ao redor de Lisboa, principalmente no verão, quando é raro chover. A grande vantagem é que não se perde tempo procurando (e não encontrando) vagas em estacionamentos. Alugamos essa bonitinha aí do lado na Scooter Solution.

Carro - O meio mais confortável e barato pra visitar e conhecer as cidades que ficam perto ou longe de Lisboa. Fora de temporada, o aluguel é bem barato e como o país é pequeno, dá pra conhecer tudinho de carro. Algumas opções de locadoras são Guerin, Eurorentlei e Goldcar.

Trem (ou comboio) - Pra se sentir realmente na Europa, viaje de trem. Os trechos curtos, para cidade próximas, são geralmente baratos. Os trechos longos, para cidades mais afastadas, são um pouco caros se comparados com que o que se pode gastar alugando um carro (isso fora de temporada). De qualquer forma, se você prefere não dirigir, é perfeito. Os trens são super confortáveis e rápidos e como, pra nós, brasileiros, essa é uma experiência pouco comum, eu super recomendo.

Teletransporte - É o melhor meio de locomoção de todos os tempos, mas como ainda não divulgaram sua invenção, para que possamos usufruir, fico eu aqui morrendo de saudades dos meus amores e esperando que eles possam chegar até aqui de avião mesmo.